sexta-feira, 11 de maio de 2012

Acidentes históricos - Terra

Chernobyl

Reator nuclear Nº 4 destruído após explosão
Imagem: aprendendosobreradioatividade.xpg.com.br

A explosão de Chernobyl

Na madrugada de 26 de abril de 1986, durante um teste de segurança, a união de falhas no projeto do reator e erros humanos causou a explosão do reator nº 4 da usina nuclear de Chernobyl (Chernobil ou Tchernobil), localizada da norte da Ucrânia.
De 27 de abril a 05 de maio de 1986, cerca de 5000 toneladas de material extintor, como areia e chumbo, foram jogados sobre o reator em aproximadamente 1800 viagens de helicópteros.
Foi construída uma estrutura de concreto, aço e chumbo em volta de reator que explodiu para isolar o material radioativo que ali se encontra.
O combustível nuclear que continua no interior do reator destruído é estimado em 200 toneladas de urânio e quase uma tonelada de plutônio entre material sólido e uma espécie de magma radioativo.

O acidente nuclear de Chernobyl

Considerado o pior acidente nuclear da História, a explosão causou um incêndio e a liberação de uma imensa nuvem radioativa que contaminou pessoas, animais e o meio ambiente na União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, chegando com menor intensidade até os Estados Unidos e Japão. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrúsia e Rússia foram contaminadas, causando a evacuação de aproximadamente 200 mil pessoas.
As cidades de Chernobyl e Pripyat permanecem proibidas até os dias de hoje, devido à contaminação radioativa. Pripyat foi planeja e construída como residência para os trabalhadores de Chernobyl, situando-se 18 quilômetros a noroeste da usina.
As duas cidades estão entre os 5 milhões de hectares de terra que permanecem isolados por apresentarem altos índices de contaminação até os dias atuais.
O acidente de Chernobyl liberou 400 vezes mais radiação do que a bomba atômica em Hiroshima, no Japão. Apenas 5 dos trabalhadores que se encontravam na usina sobreviveram.
Dos 69 bombeiros que combateram o incêndio na usina, 31 morrem por causa da exposição direta à radiação. Os sobreviventes sofreram queimaduras, paradas cardíacas e danos aos sistemas reprodutor e imunológico.

Após o acidente, a União Soviética fez modificações em todos os reatores de projeto similar e melhorou as futuras usinas, aumentando a segurança das mesmas.
Apesar da área ser isolada devido à radiação, os três reatores nucleares restantes da usina continuaram a funcionar. Em 1989, o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6, em andamento na época do acidente.
Em 12 de dezembro de 2000, depois de negociações internacionais, a usina de Chernobyl foi desativada.

Os efeitos da radiação de Chernobyl

A Bielorrusia foi o país mais atingido, com 20% de seu território ainda hoje considerado contaminado. Centenas de milhares de pessoas sentiram efeitos que se seguiram à exposição da radiação, havendo muitos casos de câncer, leucemia, cancro de tireóide e uma grande variedade de doenças cardíacas.
O governo ucraniano estima que aproximadamente 8000 pessoas morreram em um curto espaço de tempo, como consequência do acidente. Na área afetada há um substancial aumento nos casos de câncer em crianças.
São poucos os estudos sobre os impactos da radiação sobre os animais e vegetação da região, para saber a quantidade e tipo de mutações sofridas.

A cobertura que envolve o reator, concluída em novembro de 1986, é considerada uma medida provisória, para durar de 20 a 30 anos, pois foi construída às pressas em condições desfavoráveis. Atualmente demonstra ferrugem nas vigas e rachaduras.
Em 19 de abril de 2011, por ocasião dos 25 anos do acidente, representantes das potências mundiais se reuniram em Kiev (capital da Ucrânia) e comprometeram-se a financiar 550 milhões de Euros (US$ 780 milhões) para ajudar na construção de uma nova estrutura de contenção sobre o atual sarcófago do reator nº 4 de Chernobyl. O valor, porém, corresponde a apenas 75% dos 740 milhões de Euros necessários para a obra.

A situação em Chernobyl foi contornada, mas não solucionada. É um acidente que continuou a fazer vítimas anos depois de ter acontecido, envenenando de forma invisível e contínua a tudo próximo do local.

Fontes de consulta ( Acesse para ver informações e fotos ):
Wikipédia ( Acidente nuclear em Chernobil )
Material usado durante o acidente e abandonado por estar radioativo
Imagem: megaconstrucciones.net84.net

Monumento em frente ao sarcófago do reator nº 4 de Chernobyl
Imagem: ceticismoaberto.com

Sites:

Site em espanhol com fotos e informações sobre o acidente em Chernobyl.
Megaconstrucciones
http://megaconstrucciones.net84.net/?construccion=central-nuclear-chernobil 

Fotos da cidade abandonada de Pripyat.
http://www.seinsinuando.com/?p=16403 

Blogs com informações e impressionantes fotos de algumas mutações genéticas causadas em pessoas devido ao acidente em Chernobyl.

Heroísmo ou soldados suicidas? Detalhes sobre como as autoridades soviéticas decidiram sacrificar os presentes no local do acidente para salvar um número maior de pessoas.
Recanto das Letras
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/2877017

Uma história de heroísmo.
Os heróis esquecidos de Chernobyl
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-herois-esquecidos-de-chernobyl 

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Vídeos:

Documentário da NatGeo que investiga e explica as causas do acidente nuclear em Chernobyl e mostra, através de computação gráfica, a sequência de eventos. São mostradas também as medidas para conter a contaminação atômica e algumas consequências nas pessoas próximas ao acidente.

NatGeo – Segundos Fatais – Catástrofe em Chernobyl ( Parte 01 de 04 )

NatGeo – Segundos Fatais – Catástrofe em Chernobyl ( Parte 02 de 04 )
( 12:00 )
https://www.youtube.com/watch?v=KWheYea20Xg   

NatGeo – Segundos Fatais – Catástrofe em Chernobyl ( Parte 03 de 04 )
( 12:00 )
https://www.youtube.com/watch?v=cGK0Rzk24bQ   

NatGeo – Segundos Fatais – Catástrofe em Chernobyl ( Parte 04 de 04 )
( 11:14 )
https://www.youtube.com/watch?v=QcJZ830__68   

Fantástico 2001 – Visita a Chernobyl. ( 7:24 )
O Fantástico volta à região atingida pela radiação, na Ucrânia, 15 anos depois do acidente na usina nuclear. Reportagem exibida em 05/08/2001.

O desastre de Chernobyl: Crônica dos dias graves. ( 6:31 )
Este vídeo mostra imagens captadas pelo cineasta russo Vladimir Shevchenko em abril de 1986, poucos dias depois da explosão no reator nuclear. Os comentários são de Shevchenko, que morreu em março de 1987 devido aos efeitos da radiação. Seu nome não está entre as vítimas oficiais do acidente.

Os heróis de Chernobyl. ( 3:56 )
O vídeo mostra o trabalho das pessoas que se expuseram à radiação por obrigação militar ou como voluntários de uma causa que acreditavam necessária e nobre. Sabiam que podiam permanecer pouco tempo em cada turno de trabalho devido à radiatividade e que a rapidez também era essencial para diminuir os efeitos nocivos do acidente para a população próxima à usina nuclear, por isso faziam seu trabalho o mais rápido possível, a despeito das dificuldades causadas pelo material de proteção.
Com a falha ou ineficiência dos robôs para realizar os urgentes trabalhos de contenção do material radioativo, as autoridades soviéticas adotaram o conceito de "bio-robôs" para as pessoas que trabalhavam de forma controlada na limpeza dos materiais contaminados. A cada toque de sirene os turnos eram trocados e as pessoas, usando roupas com proteção de chumbo que chegavam a pesar de 26 a 30 Kg, saíam rapidamente do local. Os turnos se revezavam em períodos de 40 segundos no início dos trabalhos e foram se estendendo gradativamente a alguns poucos minutos.
Mesmo assim, após vários turnos e aproximadamente uma hora de trabalho acumulado, aconteciam desmaios, sangramento nasal, ardência nos olhos e gosto metálico na boca. Alguns dos trabalhadores não tinham noção da intensidade do perigo que corriam, outros sabiam e o faziam voluntariamente, movidos pelo sentimento de dever. 

O desastre de Chernobyl. ( 1:33:56 )
Este documentário do Discovery Channel mostra depoimentos de trabalhadores, cientistas, políticos e militares envolvidos no acidente nuclear de Chernobyl. Filmagens feitas na ocasião mostram o desafio científico, logístico e político para conter a radiação, evacuar o local e descontaminar pessoas, animais, construções e equipamentos.

2 comentários:

  1. Essa é uma história muito triste... até para recordar.
    Que possamos aprender com estes erros para que eles não se repitam.
    Boa semana!

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  2. Quanto maior a população, maiores são os desafios para administrar e superar. Fontes de energia sustentáveis, cedo ou tarde, não serão suficientes para suprir as necessidades de um número cada vez maior de pessoas. Diminuir a população é uma utopia, na minha opinião. Se não desenvolvermos tecnologias e hábitos mais eficientes para consumir menos e gerar mais energia, será quase inevitável um aumento no número de usinas nucleares. Espero que acidentes com esse não se repitam.

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