sexta-feira, 13 de julho de 2012

Independência do Brasil

A independência do Brasil
Conflitos brasileiros

Óleo sobre tela "Proclamação da Independência" - François-René Moreaux (1844)
Imagem: lounge.obviousmag.org

Para se entender um fato histórico deve-se compreender o contexto de sua época e os acontecimentos que o antecederam. Uma revolução, guerra ou revolta não acontecem sem motivos, por capricho. Fatos vão se acumulando até convergirem para um momento histórico. Momentos esses, muitas vezes representados por um nome ou liderança que é apenas um símbolo dos anseios de gerações inteiras de homens e mulheres anônimos que, aos poucos, vão fazendo a história. A independência do Brasil, comemorada em 7 de setembro de 1822, é um exemplo dessa dinâmica.
Meses antes de D. Pedro proclamar a independência, ideias de emancipação não eram a prioridade entre a maioria dos políticos, juristas, militares, jornalistas e dos cidadãos comuns no Brasil. Pode-se mesmo afirmar que a população brasileira foi surpreendida pela proclamação de sua independência. A separação de Portugal aconteceu mais pelo esforço dos parlamentares lusitanos em tentar manter o Brasil num nível político mais baixo, pretendendo também impor restrições econômicas desfavoráveis aos brasileiros.

Os motivos da independência do Brasil

Se a decisão de proclamar a independência pode parecer, num primeiro momento, como algo impulsivo, é na verdade consequência de uma série de fatores políticos e econômicos, externos e internos, que agravavam gradativamente as tensões no Brasil desde o final do século XVIII. Movimentos externos ao Brasil como a Revolução Francesa (1789-1799), a independência dos Estados Unidos da América (4 de julho de 1776) e do Haiti (1º de janeiro de 1804) serviram como inspiração para revoltas internas como a Conjuração Mineira em 1789, a Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates) em 1798 e a Revolução Pernambucana de 1817. 
A rejeição ao absolutismo monárquico e ao colonialismo aumentava internacionalmente e dentro do Brasil. O crescimento do livre comércio induzia a um clima contrário às vantagens econômicas dos portugueses e ao excesso de impostos. A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, ocasionou a elevação do território à condição de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, proporcionando maiores relações comerciais e diplomáticas com nações estrangeiras, permitindo aos brasileiros uma autonomia política e econômica que até então não possuíam e da qual não permitiriam diminuição.
Movimentos republicanos de libertação que conduziram à independência do Brasil
Imagem: geoprofessora.blogspot.com.br

A dinâmica da independência do Brasil

Em 9 de dezembro de 1821, emissários chegaram de Portugal com ordens para que D. Pedro voltasse imediatamente à Corte, determinando ainda o fechamento de tribunais e departamentos administrativos, o que resultaria na demissão de aproximadamente 2000 pessoas que viviam da burocracia no Reino do Brasil. Os magistrados ameaçados em seus empregos se tornaram exaltados patriotas favoráveis à independência, influenciando através de seu prestígio pessoas na imprensa e em cargos políticos que dependiam de seus favores.
A partir de então, jornais se pronunciaram,  cartas e abaixo-assinados chegaram de diversos pontos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais pedindo a permanência de D. Pedro no Brasil. O príncipe regente chegou a rascunhar um discurso de despedida aos brasileiros, mas em 9 de janeiro de 1822, depois de receber um manifesto com 8000 assinaturas para que desobedecesse as ordens de Portugal, protagonizou o "Dia do Fico". Mesmo depois deste episódio, boa parte dos brasileiros desejava continuar mantendo a ligação com Portugal, contanto que fosse em condição de igualdade. Em 28 de agosto de 1822 chegaram de Lisboa mais ordens para que D. Pedro demitisse todos seus ministros e colocasse no lugar homens escolhidos pelas Cortes Portuguesas. Estas ordens, entregues no Rio de Janeiro, foram enviadas por mensageiro para o príncipe, que se encontrava numa viagem de Santos para São Paulo e, recebendo-as em 7 de setembro de 1822 às margens do rio Ipiranga, causaram a decisão da proclamação da independência.

Antes de confirmar um rompimento político definitivo com Portugal, D. Pedro escreve a seu pai (o rei português D. João VI) sondando a situação política na Europa. Aconselhado pelo ministro José Bonifácio, realiza viagem por Minas Gerais e São Paulo para perceber pessoalmente a posição das lideranças locais com relação à independência.
Convencido de que teria apoio interno,  Dom Pedro convoca a primeira Assembléia Constituinte Brasileira. Os portugueses, no entanto, não aceitam a convocação da Assembléia Constituinte Brasileira e exigem a volta imediata do príncipe, ameaçando o envio de tropas. Depois de declarar que as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil seriam consideradas inimigas, o governo brasileiro emite um Manifesto às Nações Amigas, escrito por José Bonifácio. Com a assinatura deste manifesto, D. Pedro confirma o rompimento com as Cortes Constituintes de Lisboa e assegura “a independência do Brasil, mas como reino irmão de Portugal”. Em 12 de outubro de 1822 (dia de seu aniversário) ele é aclamado “Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil” e coroado em 01 de dezembro de 1822. 

Óleo sobre tela "Coroação de Dom Pedro I" - Jean-Baptiste Debret (1828)
Imagem: blogeuadorohistoria.blogspot

A guerra da independência do Brasil

A independência não foi reconhecida imediatamente por todas as regiões do Brasil. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e principalmente na Bahia e Cisplatina (atual Uruguai), os governos locais permaneciam leais à Portugal. O processo de emancipação do Brasil não foi violento como o dos vizinhos da América espanhola ou a independência dos Estados Unidos da América, mas não quer dizer que tenha sido pacífico.

A chamada Guerra da Independência estendeu-se no Brasil de 1822 a 1824. Pode ser considerada uma guerra civil luso-brasileira, já que portugueses e brasileiros combateram em ambos os lados, defendendo seus interesses e convicções.
Militares e civis portugueses pegaram em armas para evitar a independência do Brasil, em lealdade à Coroa Portuguesa e ao rei D. João VI, enquanto outros portugueses perceberam como mais vantajoso unirem-se aos que defendiam a libertação, até mesmo porque o soberano do Império do Brasil pertencia à casa portuguesa dos Bragança. Havia ainda um reduzido número de brasileiros, geralmente ligados aos magistrados portugueses da alta cúpula da administração, que defendendo seus privilégios financeiros ou políticos eram solidários à Coroa Portuguesa.   
Esta guerra caracterizou-se por ameaças, combates com reduzido número de mortes e cercos às cidades onde os portugueses resistiram até se renderem devido à fome ou doenças. Além de um rápido confronto naval próximo a Salvador, apenas as batalhas de Pirajá (Bahia) e Jenipapo (Piauí) movimentaram grandes exércitos.

Logo após a independência, o governo brasileiro tinha à disposição um reduzido efetivo no exército e não possuía marinha, uma vez que considerável parte das tropas terrestres e os melhores navios de guerra que se encontravam no Brasil eram compostos por portugueses. Através do ministro José Bonifácio, o Brasil adotou providências para eliminar a resistência portuguesa, comprando armas e navios, recrutando tropas nacionais e contratando mercenários estrangeiros. A estratégia de Dom Pedro era isolar as guarnições portuguesas e forçá-las, uma a uma, a retornar para Portugal.
A estratégia portuguesa para retomar o controle do Brasil era deslocar suas tropas que se encontravam em Montevidéu e usá-las para reforçar as guarnições na Bahia, local com maior concentração de tropas portuguesas fiéis à Coroa naquele momento. Essas tropas reconquistariam a Bahia, enquanto a marinha portuguesa bloqueava o Rio de Janeiro. A Bahia serviria como base para reforços vindos da Europa e, depois de assumir o controle das províncias do norte, iniciariam campanha para a reconquista da região sudeste e sul.

Favoreceu a independência do Brasil o fato de Portugal passar na época por uma divisão política, onde parte da população defendia o modelo vigente de monarquia constitucional, onde o rei tinha seus poderes limitados por uma Constituição redigida por representantes escolhidos pelo povo; outra parte defendia o retorno da monarquia absolutista, com os reis possuindo poderes ilimitados; e uma terceira corrente defendia a instauração de uma república em Portugal. Essa divisão gerava tensões internas que impediram o envio de tropas e navios para o Brasil.

A campanha da Bahia
 
A luta pela autonomia da Bahia em relação a Portugal começou antes da proclamação da independência por D. Pedro I. A Província da Bahia, área tradicionalmente produtora de açúcar e tabaco, dominada pelos grandes latifundiários, recebeu reforço de aproximadamente 2500 homens vindos de Portugal e elementos da Divisão Auxiliadora, que se retirava do Rio de Janeiro, no contexto dos acontecimentos que culminaram no Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822. Esse reforço envolveu-se em diversos atos violentos e arbitrários em Salvador, aumentando a insatisfação dos baianos com a presença portuguesa e iniciando um processo de êxodo da população da capital para o interior da província, principalmente para o Recôncavo Baiano.
Em 25 de junho de 1822, na vila de Cachoeira, distante 120 Km de Salvador, reuniram-se autoridades locais e população na Câmara Municipal, declarando Dom Pedro “Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil” e iniciando movimento contra a presença da Coroa Portuguesa na Bahia. O desfile de comemoração realizado na vila foi atacado por tiros vindos de moradores portugueses e de uma escuna militar que estava ancorada no porto, chegada havia pouco tempo de Salvador. A população da vila reagiu e houve tiroteio durante toda a noite e no dia seguinte. Em 28 de julho de 1882 houve o combate pela tomada da embarcação, que cercada por terra e água resistiu até a captura dos últimos sobreviventes.
As vilas do Recôncavo Baiano foram aos poucos aderindo à de Cachoeira na luta pela independência, e em Salvador os portugueses, chefiados pelo general Inácio Luís Madeira de Melo, aumentavam a repressão à população da cidade, intensificando o crescente êxodo dos moradores da cidade para regiões do Recôncavo Baiano.

As vilas rebeldes se organizaram para a luta, treinando tropas e cavando trincheiras, enquanto do sertão chegavam notícias da adesão de novas vilas e voluntários para o ataque a Salvador. Posições estratégicas foram tomadas nas ilhas do Recôncavo, em Pirajá e Cabrito.
As hostilidades iniciaram-se e notícias destas espalharam-se pela província, pelo Brasil e chegaram a Portugal. A ilha de Itaparica aderiu ao movimento de independência e foi atacada por uma expedição de Madeira de Melo, que ocupou o local em 01 de julho de 1822, engrossando a quantidade dos que fugiam para o Recôncavo. Posteriormente os portugueses abandonaram a ilha por considerá-la sem valor estratégico (o que se mostraria uma avaliação errada num futuro próximo). Todos estes movimentos foram comunicados ao Príncipe-Regente. Portugal enviou 750 soldados como reforço para a manutenção da ordem na Bahia, chegando estes em agosto.

Após a proclamação da independência do Brasil, por D. Pedro, foi organizado em 22 de setembro de 1822 um governo baiano em Cachoeira para comandar a resistência. O Rio de Janeiro enviou em outubro de 1822 para a Bahia uma pequena frota, comandada por Rodrigo de Lamare, para auxiliar na luta pela independência, levando uma pequena tropa quase toda constituída de portugueses, comandada pelo general mercenário francês Pedro Labatut. Impedida de desembarcar em solo baiano, esta tropa desembarcou em Maceió (Alagoas) e seguiu por terra para Salvador, ganhando adesão de voluntários brasileiros durante seu trajeto. Chegando em Salvador, esta tropa armou um cerco à cidade, impedindo o envio por terra de suprimentos, notícias ou reforços para os portugueses.

Em 01 de abril de 1823 parte do Rio de Janeiro, com destino a Salvador, uma esquadra brasileira comandada pelo almirante mercenário inglês Thomas Alexander Cochrane. Em 04 de maio de 1823 há uma batalha naval entre a esquadra portuguesa de Salvador (composta por 13 navios) e a esquadra brasileira (com 8 navios). As táticas de combate do almirante Cochrane compensaram a desvantagem numérica e, apesar de nenhum navio ser afundado, os danos causados aos navios portugueses fizeram com que sua esquadra retornasse para o porto de Salvador. Ao amanhecer do dia seguinte, a força naval portuguesa, comandada pelo almirante Pereira de Campos, sai de Salvador em busca da esquadra brasileira, mas não a encontra, continuando em patrulha próxima a Salvador até o dia 21 de maio, quando se recolhe novamente ao porto.
A Nau Pedro I, acompanhada apenas da corveta Maria da Glória, passa a perseguir os navios mercantes portugueses próximos a Salvador, realizando o bloqueio de seu porto. Manter o bloqueio ao porto de Salvador foi uma tarefa difícil porque inúmeras embarcações portuguesas tentavam furar o bloqueio e consequentemente eram aprisionadas. Os barcos portugueses que conseguiam chegar ao porto de Salvador traziam quantidade de suprimentos insuficiente para abastecer convenientemente as tropas e população da cidade.

As vitórias brasileiras nas batalhas de Pirajá (8 de novembro de 1822),  da ilha de Itaparica (7 de janeiro de 1823) e de Cabrito (11 de fevereiro de 1823) tornaram cada vez mais difícil o sustento da posição por parte do Exército Português.
A vitória na batalha de Pirajá foi considerada fundamental para o resultado da campanha. Os portugueses tinham superioridade numérica e bélica (3200 portugueses contra 1300 brasileiros) e já haviam praticamente vencido a batalha, quando o corneteiro da tropa brasileira, ao invés de tocar “retirada”, por iniciativa própria tocou “cavalaria avançar” e logo depois “cavalaria degolar” (o que era um blefe uma vez que não existia tal cavalaria). Os portugueses, acreditando ter caído em uma armadilha, recuaram desorganizadamente, perdendo o terreno conquistado e sendo perseguidos pelos brasileiros. Morreram neste confronto aproximadamente 286 brasileiros e 350 portugueses. Pirajá era o local de onde se controlava a estrada que ligava Salvador ao norte da Bahia, única região onde os portugueses ainda poderiam conseguir comida e reforços.
Na tentativa de aliviar o bloqueio a Salvador, os portugueses atacaram a ilha de Itaparica, agora ocupada pelas tropas brasileiras vindas de Alagoas, que construíram um forte e trincheiras no local. Os portugueses abandonaram a ilha no final do mesmo dia.
A batalha de Cabrito foi mais uma tentativa dos portugueses de romper o cerco e abrir um caminho para o norte da Bahia. A luta durou quase todo o dia, com os portugueses atacando, com o auxílio de canhoneiras, o local onde os brasileiros possuíam uma oficina de guerra, mas estes resistiram entrincheirados e receberam reforços. Os portugueses e retiraram no final do dia.

Em 02 de julho de 1823, já ficando sem suprimentos devido aos bloqueios por terra e mar, o general português Madeira de Melo abandona Salvador com destino a Portugal em uma força de 78 navios levando cidadãos, bens portugueses e aproximadamente 4500 militares escoltados pelos 13 navios de guerra do almirante Pereira Campos. Essa esquadra foi perseguida pela Esquadra Imperial Brasileira até a latitude 4º Norte, e mais tarde companhada apenas pela fragata Niterói, sob o comando do capitão-de-fragata inglês John Taylor, que seguiu os portugueses até as proximidades de Lisboa, retornando em 09 de novembro de 1823. Por ocasião desta perseguição inicial, Cochrane aprisionou algumas embarcações portuguesas mais lentas (Prontidão, Leal Portuguesa, Pizarro, Carolina e Conde de Peniche).
No mesmo 02 de julho de 1823 entrou em Salvador o vitorioso exército brasileiro, com aproximadamente 8700 homens, acompanhados por mais de mil mulheres que os auxiliavam com serviços de enfermagem e cozinha, oficializando a libertação da Bahia e sua adesão ao Império Brasileiro.

  Alegoria do Caboclo
O índio (os brasileiros) joga no abismo o dragão (símbolo da casa portuguesa de Bragança)
Imagem: pt.wikipedia.org

A campanha do Piauí

Na Província do Piauí, tradicional produtora de gado, a burguesia comercial e os proprietários de terras estavam ligados à Portugal. Após a proclamação da independência, Oeiras (capital do Piauí de 1759 a 1851) e a maior parte do interior da província permaneceram sob o controle de tropas do Exército Português, comandadas pelo Governador das Armas do Piauí, major João José da Cunha Fidié.
Em 19 de outubro de 1822,  a vila piauiense de Parnaíba adere à independência. O levante é sufocado em 18 de dezembro de 1822 por força comandada pelo major Fidié, oriunda de Oieras e reforçada por tropas vindas do Maranhão. Em 24 de janeiro de 1823, Oeiras adere à independência. Em 28 de fevereiro de 1823, uma força portuguesa de aproximadamente 1600 homens, com 11 peças de artilharia e cavalaria armada de lanças, comandada pelo major Fidié, inicia seu deslocamento de Parnaíba para Oeiras. 
No caminho, em 13 de março de 1823, ocorre a Batalha do Jenipapo no atual município de Campo Maior, quando a tropa portuguesa encontra e vence as forças brasileiras piauienses (reforçadas por tropas vindas de Crato, no Ceará) de aproximadamente 3000 combatentes, comandados pelo capitão cearense Luís Rodrigues Chaves, armados precariamente com duas velhas peças de artilharia, poucas espingardas e pistolas, punhais, arcos de flecha, lanças e outras armas artesanais. Na batalha morreram aproximadamente 19 portugueses e 60 ficaram feridos, enquanto 200 brasileiros foram mortos ou feridos, sendo 542 feitos prisioneiros. 
Apesar da vitória militar portuguesa, foi possível aos brasileiros, devido à superioridade numérica, tomar dos vencedores as reservas de água, comida, roupas, munição e algumas armas. Os portugueses, debilitados pelas perdas materiais, desistem de reconquistar Oeiras e se retiram em 15 de março de 1823 para Caxias, no Maranhão.
Outras localidades no Piauí manifestam gradativamente seu apoio à independência, mas a adesão da província só foi garantida em 31 de julho de 1823, quando as tropas portuguesas que estavam em Caxias foram derrotadas.

A campanha do Maranhão

Também na Província do Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas a Portugal. A proximidade com a Europa tornava mais fácil e vantajoso o comércio com a Metrópole do que com o sul do Brasil. O Maranhão era na época uma das mais ricas províncias do Brasil, sendo a região conservadora e contrária aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Na capital São Luís, tradicional reduto português, os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal. 
Em 26 de julho de 1823 o almirante Cochrane, a serviço do Império Brasileiro, usando uma bandeira portuguesa aproximou-se do porto de São Luís  com a Nau Pedro I, que com seus 74 canhões era o maior navio da recém-criada Marinha Brasileira. A falsa identificação permitiu que capturasse sem luta dois navios de guerra e seis navios de transporte dos portugueses. Blefando que atrás de si, pronto a apoiá-lo, se aproximavam poderosas forças por mar e terra, conseguiu com que em 28 de julho de 1823 o Maranhão aceitasse a independência e aderisse ao Império.
Foi da Junta Governativa da Capital, em São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da independência no Piauí. A junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo major Fidié para fortificar suas tropas após a retirada portuguesa do Piauí. Após cerco realizado nesta vila por forças brasileiras vindas do Piauí e do Ceará, os portugueses se renderam em 31 de julho de 1823. Fidié foi preso e depois mandado para Portugal, onde foi recebido como herói.

Thomas Alexander Cochrane
Imagem: pt.wikipedia.org

A campanha do Grão-Pará

Na então Província do Grão-Pará, a burguesia comercial e os proprietários de terra também se encontravam profundamente ligados a Portugal, mas o quadro era confuso na região devido às constantes divergências entre as lideranças políticas e a rebeldia dos oficiais brasileiros de baixa patente nas tropas da capital. Uma tentativa de adesão à independência em Belém foi sufocada pelos portugueses, implicando na prisão dos chefes e grande número de envolvidos.
Após conseguir a adesão da Província do Maranhão, o almirante Cochrane enviou à Província do Grão-Pará o mercenário capitão-tenente João Pascoe Grenfell, com o navio de guerra português “Dom Miguel” capturado em São Luís e renomeado “Maranhão”. Este chegou ao porto de Belém no dia 10 de agosto de 1823, também usando falsamente uma bandeira portuguesa. Blefando que além da linha do horizonte, esperando ordens para atacar, estava toda a frota imperial brasileira sob o comando do almirante Cochrane, e ameaçando começar imediatamente o bombardeio da cidade com seu navio, conseguiu da junta governista do Grão-Pará o reconhecimento da independência e adesão ao Império em 15 de agosto de 1823, sem combates.
Em 16 de outubro de 1823 ocorre um violento movimento popular, liderado por oficiais paraenses de baixa patente, com saques e destruição de casas e estabelecimentos portugueses. As autoridades locais, com o apoio de tropas desembarcadas por Grenfell, realizam prisões e controlam a situação. Durante a repressão, um marinheiro português esfaqueia Grenfell nas costelas, mas este sobrevive. Grenfell prende mais de 100 militares e 300 civis suspeitos de envolvimento e fuzila no dia seguinte, sem julgamento, cinco dos militares paraenses, líderes da rebelião.
Na noite de 19 de outubro muitos dos presos tentam arrombar a cadeia e é necessário posicionar tropa com artilharia na frente da prisão para controlar a situação. A pedido da junta governista, 256 presos são transferidos para os porões do brigue (o menor tipo de navio de guerra na época) “Palhaço”. Ao serem acomodados nos porões do navio, com as escotilhas fechadas e apenas uma pequena fresta para entrada de ar, os presos imediatamente iniciaram um tumulto. Para controlar a situação, a guarda abriu fogo contra os prisioneiros – matando aproximadamente 12 destes – jogou cal virgem sobre os presos e trancou os porões, ficando com os fuzis apontados em prontidão durante toda a noite. Na manhã seguinte, quando abertos os porões, foi constatado que 252 dos 256 presos estavam mortos. Dois inquéritos foram realizados, mas não se chegou a uma resposta conclusiva dos motivos e responsáveis pelas mortes.
Grenfell não foi responsabilizado, por não ter ordenado as mortes e não estar presente no navio naquela noite. Acredita-se que a soma do pouco espaço e oxigênio, a falta de água potável e os efeitos das queimaduras provocadas pelo cal nos corpos molhados pelo suor tenham matado a maioria dos prisioneiros. Há também a possibilidade de mortes causadas pela luta entre os prisioneiros na tentativa de alcançar um lugar que possibilitasse melhor respiração ou envenenados por beber água forte (substância altamente corrosiva utilizada em procedimentos gráficos) que havia em uma tina no porão.

A campanha da Cisplatina

Em 1815, com a restauração dos Bourbons na Espanha, surgiu em D. João VI o receio da formação de um bloco político espanhol poderoso na região do rio do Prata. Em 1816 enviou ao sul a Divisão de Voluntários Reais, vinda de Portugal e comandada pelo general Carlos Frederico Lecor. Esta divisão, formada por 2 brigadas, cada uma com um regimento de infantaria, um batalhão de caçadores, cavalaria e artilharia, invadiu em meados de outubro de 1816 o território espanhol do atual Uruguai, conhecido na época como “Banda Oriental”. Encontrando fraca resistência os portugueses tomaram a cidade de Maldonado e ocuparam a capital Montevidéu em 20 de janeiro de 1817. O político e militar uruguaio José Gervasio Artigas prosseguiu resistindo com guerrilhas e somente a vitória portuguesa na batalha de Tucuarembó, em 22 de janeiro de 1820, estabeleceria o domínio definitivo luso-brasileiro na região. A 31 de julho de 1821, em assembléia formada por deputados representantes de todas as localidades orientais, foi aprovada por unanimidade a incorporação da Banda Oriental à Coroa Portuguesa, fazendo parte do domínio do Brasil com o nome de Província Cisplatina.

Quando da proclamação da independência do Brasil, o brigadeiro português Álvaro da Costa de Sousa de Macedo, Comandante de Armas da Divisão de Voluntários Reais, sediada em Montevidéu, permaneceu fiel a D. João VI, entrando em conflito com o general português Carlos Frederico Lecor, que aderiu ao Império juntamente com as forças brasileiras da região.
Fazendo alianças com lideranças locais, o general  Lecor organizou sua base em Maldonado e realizou um cerco a Montevidéu, onde o brigadeiro Álvaro da Costa permaneceu por 17 meses com 4000 portugueses, também isolados pelo mar pela Divisão Naval, fiel a D. Pedro I.
Em 18 de novembro de 1823, representantes brasileiros e portugueses firmaram um acordo pela qual Álvaro da Costa se comprometia a se retirar com suas tropas para Portugal. Após este acordo cessaram as hostilidades de ambas as partes e os portugueses permaneceram sob cerco fazendo os preparativos para a viagem e aguardando possíveis reforços vindos da Europa.
Em 02 de março de 1824 retornaram para Portugal. Lecor ocupou a cidade no mesmo dia, tendo os últimos portugueses abandonado a região do Prata somente seis dias depois, por falta de transportes adequados.
Era o fim do último reduto de resistência lusitana na América. Estava consolidada a independência do Brasil, faltando o seu completo reconhecimento internacional.

Em 1825, os uruguaios liderados por Juan Antonio Lavalleja e Fructuoso Rivera iniciaram a luta pela sua independência, apoiados pelas Províncias Unidas do Rio do Prata (atual Argentina), levando à Guerra da Cisplatina, que terminou em 27 de agosto de 1828 com o reconhecimento da República Oriental do Uruguai por parte do Império do Brasil, através da mediação da Inglaterra e da França.

Mapa do Brasil em 1821
Imagem: pra-frente-brasil-afn.blogspot.com

O preço da independência do Brasil

As nações geralmente pagam com sangue sua libertação, através de revoluções ou guerras civis. O Brasil pagou sua independência com dinheiro mesmo.
Depois de vencer as resistências internas e manter a coesão do território, era necessário o reconhecimento das nações estrangeiras para futuros acordos econômicos, políticos e militares.
Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil, em 26 de maio de 1824. Depois o México e a Argentina, em 1825.
Portugal não aceitava a independência brasileira, e as nações européias também não, devido a acordos diplomáticos com Portugal. Através de negociações mediadas pelos britânicos, os portugueses reconheceriam a independência se o Brasil pagasse a dívida de 2 milhões de libras que Portugal tinha com a Inglaterra. Para pagar a indenização para Portugal, o Brasil pediu um empréstimo à Inglaterra. D. João VI reconheceu a contragosto a independência do Brasil em 29 de agosto de 1825, obtendo como parte do acordo o título de “Imperador Titular do Brasil”, que não lhe dava, porém, qualquer direito sobre o antigo reino.
Depois do reconhecimento da independência pelos portugueses, veio o reconhecimento oficial da Inglaterra em 1826 e das demais nações européias em seguida, firmando o Império do Brasil no cenário internacional.

O reconhecimento da independência brasileira por parte de Portugal foi uma manobra política onde os portugueses, sem exército ou marinha fortes o suficiente para uma ocupação do território brasileiro, se livravam da enorme dívida que possuíam com a Inglaterra (país que dava suporte político e militar para Portugal na Europa desde a invasão de Napoleão), preservando a possibilidade de futuramente, através dos laços sanguíneos pela casa de Bragança, no momento de uma sucessão do trono brasileiro, reivindicar apoio diplomático e militar das demais nações européias para uma possível reincorporação do Brasil como território português.
O Brasil só romperia os vínculos com Portugal, consolidando um governo independente, com a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889.

Bandeira Imperial do Brasil
( Primeiro símbolo de um Brasil independente )
Imagem: miguelsantiago.com.br

Mentiras e verdades sobre a independência do Brasil

A famosa frase proferida por D. Pedro no "Dia do Fico" em 9 de janeiro de 1822 ("Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.") foi divulgada na imprensa no dia seguinte. A original era mais imprecisa: "Convencido de que a presença de minha pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e convencido de que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes de meu augusto pai deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido." 

Após a proclamação da independência, ainda foram necessárias décadas para que o episódio às margens do rio Ipiranga adquirisse a importância que possui atualmente.
A data de 7 de setembro inicialmente não era considerada relevante pela imprensa brasileira, nem pelo próprio D. Pedro I. Em carta dirigida aos paulistas em 8 de setembro de 1822, o príncipe fala da necessidade urgente de retornar ao Rio de Janeiro em função de notícias recebidas de Portugal, não fazendo qualquer referência à uma proclamação de independência. Em carta dirigida ao seu pai em 22 de setembro do mesmo ano, D. Pedro não cita o evento.
Os jornais brasileiros da época que defendiam a ideia da independência não trazem qualquer menção ao 7 de setembro. O Correio Brasiliense publicou notícia declarando 1º de agosto de 1822 como marco da emancipação, pois nesta data o príncipe enviou o Manifesto às Províncias do Brasil, no qual se desobrigava de obedecer as ordens das Cortes de Lisboa. O redator do jornal Regulador Brasileiro apontaria 12 de outubro de 1822, data da aclamação de D. Pedro I como “Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil”, como o marco de criação da jovem nação. Outras datas, como o 9 de janeiro de 1822 ("Dia do Fico”, em que D. Pedro recusou-se a embarcar para Portugal, desobedecendo ordens dadas pelas Cortes de Lisboa) e 1º de dezembro de 1822 (data da coroação de D. Pedro I) foram mencionadas como o momento da independência brasileira, ignorando  o 7 de setembro.
Logo após a independência, era muito importante para as elites evitar que a proclamação se tornasse uma revolução popular, como ocorrera na América Espanhola, com consequências desfavoráveis como guerras civis e massacres. Assim, nos primeiros anos após a independência, foram postas em evidência as datas que reafirmavam a monarquia Bragança, como a aclamação e a coroação de D. Pedro I.
O “Grito do Ipiranga” começa a ganhar força em 1826, com a publicação do testemunho do padre Belchior Pinheiro Ferreira incluindo a data de 7 de setembro no calendário de festividades da independência. O relato atendia aos interesses dos paulistas em ser palco dos principais acontecimentos que levaram à ruptura com Portugal. Esta versão ganhou força na mesma proporção que São Paulo crescia no cenário econômico do império brasileiro através da produção do café.
O relato do padre Belchior era conveniente às elites na medida em que enfatizava a atuação de D. Pedro I como o herói capaz de tomar o destino do Brasil em suas mãos.

A primeira representação oficial da independência do Brasil ocorreu em 1844, através do quadro “Proclamação da Independência”, do francês François-René Moreaux, mostrando D. Pedro ao entrar na cidade de São Paulo, cercado pelo povo em comemoração, levantando seu chapéu em sinal de saudação enquanto a outra mão segura a carta vinda de Lisboa, que motivou a independência. Este quadro permaneceu na sala do Senado, no Rio de Janeiro, por muitos anos.
O quadro "Grito do Ipiranga", também conhecido como "Independência ou Morte", de 1888, foi terminado pelo pintor paraibano Pedro Américo um ano antes da Proclamação da República e depois da Guerra do Paraguai, episódio responsável pela decadência do Império. O quadro, encomendado por D. Pedro II, mostra seu desejo de manter-se no poder, querendo reforçar para a elite da época a importância da casa de Bragança na construção de uma identidade nacional.
O quadro foi feito 66 anos depois da independência por um pintor que nem era nascido em 7 de setembro de 1822. Morando na França quando recebeu a encomenda do quadro, Pedro Américo veio ao Brasil estudar o cenário que deveria retratar e, deparando-se com a construção nas margens do rio Ipiranga, decidiu incluí-la na tela. A construção conhecida como Casa do Grito era, na verdade, uma venda que atendia a tropeiros, cujo primeiro registro é de 1884, não existindo portando na ocasião da independência. A tropa, em uniforme de gala, não corresponde aos poucos militares em uniforme comum que faziam a segurança da comitiva de D. Pedro no 7 de setembro, bem como os cavalos mostrados, que eram mulas, mais fortes e adaptadas para a viagem de subida da serra de Santos para São Paulo.

Óleo sobre tela "Grito do Ipiranga" - Pedro Américo (1888)
Imagem: pt.wikipedia.org

José Bonifácio: O Patriarca da Independência

A atuação do brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva foi decisiva para a preparação e a consolidação da independência do Brasil, tanto internamente como no exterior.
Suas orientações influenciaram fortemente D. Pedro na adesão ao movimento emancipador. Graduado em Filosofia Natural e Direito Civil pela Universidade de Coimbra, em Portugal,  foi designado no Brasil como ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823. Neste período se entendia de forma tão íntima com D. Pedro, que este vinha vê-lo e despachar em sua casa no Largo do Rossio, despertando ciúmes no grupo de patriotas cariocas.
Através de uma série de decretos internos, praticou uma política centralizadora que definiu os primeiros símbolos nacionais, coordenou ações estratégicas para sufocar as resistências internas e negociações diplomáticas para o reconhecimento da independência brasileira pelas demais nações. Também realizou o confisco de bens e a expulsão daqueles que não aceitassem a emancipação política do Brasil .
Eleito para a Assembléia Constituinte de 1823, discordou da política de D. Pedro I, sendo preso e deportado para a Europa. Anistiado, retornou para o Brasil em 1829 e reaproximou-se do imperador que, ao abdicar da Coroa em 1831, o indicou para tutor de seu filho (D. Pedro II), então com 5 anos, permanecendo nesta função até setembro de 1833, quando foi destituído pela Regência, que temia o retorno de D. Pedro I ao poder. Ficou em prisão domiciliar até 1835, quando terminou o processo-crime instaurado contra ele por conspiração e perturbação da ordem pública.
Viveu os últimos anos de sua vida na ilha de Paquetá e faleceu pobre aos 75 anos em Niterói, em 1838.

Óleo sobre tela "José Bonifácio, o Patriarca da Independência" - Benedito Calixto (1902)
Imagem: pt.wikipedia.org

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Jogo:

Teste seus conhecimentos sobre a independência do Brasil no jogo on-line 1822, que mostra de forma divertida e rápida os principais fatos que conduziram à independência brasileira.
Não é necessário instalar nenhum programa em seu computador. Para acessar o jogo, use o link abaixo:

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Vídeo:

Matéria da série "É muita História", exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo.
Com a participação dos jornalistas e escritores Pedro Bial e Eduardo Bueno, mostra de forma divertida os fatos que cercaram o processo da independência do Brasil.

É muita história - Dia de fúria
( 14:06 )

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Humor:

A independência do Brasil ( se existisse o Facebook )


O motivo pelo qual foi declarada a independência
Imagem: karensoares.wordpress.com

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Versões alternativas da "história oficial":

George Orwell afirmou que "A História é escrita pelos vencedores!".
São os vencedores que comandam as instituições, os meios de comunicação e educação capazes de transmitir a versão que lhes convém da "verdade histórica". São os que vencem que repartem o poder financeiro e político, que podem calar as bocas divergentes e fazer falar falsas verdades.
No século XXI, com a consolidação de meios de comunicação abrangentes e rápidos demais para serem eficientemente controlados, como Internet, computadores cada vez mais portáteis, telefones celulares e máquinas fotográficas digitais, há um grande movimento de questionamento sobre o que verdade ou não nas versões oficiais de episódios históricos.
Muitas vezes há motivos ou detalhes que são omitidos ou modificados pelos interesses e necessidades de quem "escreve a História".
A independência do Brasil não fica fora deste contexto.
Veja abaixo alguns exemplos do livre pensamento e questionamento histórico:

JB Wiki (Jornal do Brasil)
Verdades sobre a independência do Brasil
 http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=13894

Globo.Com
Museu exibe mitos e verdades da independência do Brasil

Café Amargo
Independência ou Morte! O quadro e o apelo do Império Brasileiro

180 Graus
Dia da Batalha do Jenipapo - Sem vitória nem glórias

A Livreira

Monografias Maçônicas
A verdadeira data da independência do Brasil
http://www.freemasons-freemasonry.com/11carvalho.html 

Universidade de Brasília
Batalha do Jenipapo: memórias da guerra de independência do Piauí
http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/3706/1/2011_GabriellaFurtadoFurquim.pdf

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Fontes: 

Wikipédia
Independência do Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil

Wikipédia
Guerra da independência do Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_da_independ%C3%AAncia_do_Brasil 

Wikipédia
Hino da independência do Brasil

Wikipédia
Guerra da Cisplatina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campanha_Cisplatina

Wikipédia
Província Cisplatina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_Cisplatina

Wikipédia

Wikipédia
Batalha do Jenipapo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_do_Jenipapo

Wikipédia
Tragédia do brigue Palhaço
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_do_Brigue_Palha%C3%A7o

Wikipédia
Maria Quitéria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Quit%C3%A9ria

Wikipédia
Independência da Bahia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_da_Bahia 

Wikipédia
Batalha de Pirajá
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Piraj%C3%A1

Wikipédia
José Bonifácio de Andrada e Silva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Bonif%C3%A1cio_de_Andrada_e_Silva 

História Licenciatura
A independência do Brasil
http://hid0141.blogspot.com.br/2012/06/independencia-do-brasil.html 

História Licenciatura
A independência decifrada
http://hid0141.blogspot.com.br/2012/06/independencia-decifrada.html 

História Licenciatura
A história do Brasil logo após a independência
http://hid0141.blogspot.com.br/2012/05/historia-do-brasil-logo-apos.html 

História Licenciatura
A separação definitiva - A independência do Brasil
http://hid0141.blogspot.com.br/2011/09/separacao-definitiva-independencia-do.html 

HistoriaNet
O processo de independência do Brasil
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3 

História Licenciatura
Hino da independência

Brasil Escola
A organização da independência brasileira
http://www.brasilescola.com/historiab/a-organizacao-independencia-brasileira.htm 

Brasil Escola
Guerras de independência
http://www.brasilescola.com/historiab/guerras-independencia.htm 

Brasil Escola
Guerra da independência do Brasil
http://guerras.brasilescola.com/seculo-xvi-xix/guerra-independencia-brasil.htm 

Miguel Santiago
Dia da Bandeira ( A bandeira do Brasil )

IBGE Teen
Dia da Independência

Academia de História Militar Terrestre do Brasil
As lutas para consolidar a independência
http://www.ahimtb.org.br/confliext9.htm 

Revista de História
Dias trágicos
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/dias-tragicos 

17 comentários:

  1. Admirável a sua postagem, Sylvio. O que mais impressiona é a imprecisão dos fatos e a desmistificação das versões oficiais. Você, praticamente, transforma o FICO em FUI. Abração!

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    1. Obrigado pelo elogio Jorge. A História só se torna verdadeiramente útil quando permite conhecermos a verdade e aprendermos com as mentiras, senão deixa de ser história e se torna estória.
      Um abração.

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  2. Muito legal o texto ... já ouvi algumas coisas ... as mulas subindo de Santos p/ São Paulo ... rsrsrs ... etc ... mas neste texto ... juntou-se tudo ... todas informações .. agora é só refletir ! é muito bom conhecer o passado ...

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    1. Valeu pelo elogio Léo. Tentei equilibrar as informações oficiais com aqueles detalhes controvertidos para possibilitar uma visão mais completa do assunto. Acredito que quanto mais informação, melhor será o resultado da reflexão. Um abraço.

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  3. nossa gostei muitoooo de site,ajudou bastante no meu trabalho.Esta de parabéns essa pág...

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    1. Obrigado Karine.
      A ideia é que as postagens do blog sejam úteis ou interessantes.
      Espero que encontre outros assuntos que te agrade.
      Abraço.

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  4. PUXA VIDA, NÃO SABIA QUE TINHA ESSA PÁGINA, GOSTEI MUITO SOBRE A HISTÓRIA DO BRASIL, GDE ABRAÇO

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    1. Obrigado pelo elogio, Jorge.
      Apesar da crescente dificuldade em arrumar tempo para pesquisas e postagens, vou tocando o blog devagar e sempre, com a intenção de encontrar e compartilhar curiosidades históricas e outras coisinhas mais.
      Será um prazer ter novas visitas e comentários da sua parte!

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  5. Eu cresci aprendendo que Dom Pedro declarou a independência desta forma, como um herói, mas quando estava terminando o II Grau, minha Prof. de História me contou algo, que a principio me decepcionou, foi que Dom Pedro nem saiu da cama para assinar a declaração de independência, e que essa história no tal riacho era tudo uma mentira para boi dormir!...

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    1. Até onde sei quem praticamente não saiu da cama foi o marechal Deodoro da Fonseca durante a proclamação da república no Brasil, pois o mesmo se encontrava doente na ocasião. Teria saído de sua casa, subido com dificuldade em seu cavalo, afirmado às tropas próximas que a república estava proclamada e voltou para a cama de sua casa, para continuar a se recuperar do mal estar físico que então sentia.
      Dom Pedro I teria declarado a independência do Brasil num impulsivo rompante de raiva após receber, durante uma viagem, uma mensagem que demonstrava um cenário político inadministrável. No entanto, chegando ao Rio de Janeiro, teria se correspondido imediatamente com seu pai em Portugal para sondar os ânimos e possibilidades dos portugueses em enviar tropas ao Brasil para evitar a independência. Enquanto aguardava a resposta do pai, mandou emissários às províncias brasileiras para sondar a reação dos brasileiros e portugueses diante de uma ‘possibilidade’ de independência, até então não afirmada tão categoricamente para todo território brasileiro. Enquanto aguardava a resposta do pai em Portugal e o retorno dos emissários, mobilizava na capital tropas para enfrentar os prováveis bolsões de resistência dos portugueses no Brasil.
      Somente quando a resposta do pai em Portugal chegou à D. Pedro I afirmando que este não teria que enfrentar uma guerra com tropas vindas da Europa, é que Dom Pedro adotou uma postura firme com os descontentes em território brasileiro e partiu para os conflitos internos, tendo a certeza que não enfrentaria resistência vinda de fora do Brasil.
      A proclamação da ‘independência’ brasileira por parte de D. Pedro I teria sido, portanto, ao invés de um ato único e rápido, como fica mais bonito para os registros históricos, um processo de várias semanas, com a possibilidade de uma volta atrás na declaração, diante de uma falta de apoio interno e de uma forte reação externa. Caso esse cenário tivesse acontecido, é bem provável que, no mais autêntico estilo português/brasileiro, Dom Pedro I afirmasse que tinha sido mal interpretado às margens do Ipiranga e a soberania brasileira teria sido conseguida em outra ocasião e circunstâncias, provavelmente pelo mesmo D. Pedro, depois de uma melhor articulação política interna e de maior preparo militar. Mas como a afirmação impulsiva ‘colou’ na ocasião, ficamos nós independentes de Portugal para nos tornarmos colônia de multinacional.
      O que se nota tanto na independência quanto na proclamação da república no Brasil é que ambos foram atos mais burocráticos do que cívicos, sem a participação popular e os sangrentos conflitos que normalmente ocorrem nessas ocasiões. É o ‘jeitinho brasileiro’ de fazer história: com passos de formiga e sem vontade (como disse o Lulu Santos com relação à humanidade).

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  6. gostei muito desse texto me ajudo muito no meu trabalho mais a unica pergunta que eu não consegui resposta e

    Como a ruptura de Portugal foi vista no brasil ?
    ;-;

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    1. A maioria da elite política da época – brasileiros e portugueses – apoiou a independência, pois via na autonomia a possibilidade de mais autoridade e maiores lucros financeiros. As autoridades portuguesas em cargo de chefia e confiança foram leais ao rei português e partiram, com seus bens e sem problemas, para Portugal.

      Os ricos comerciantes portugueses residentes no Brasil ficaram divididos. Os que tinham rentáveis vínculos com a corte portuguesa foram prejudicados pelo fim de contratos e, obviamente, foram desfavoráveis à independência. Os portugueses ricos sem contatos com a nobreza viram na independência novas possibilidades de lucrativos negócios e deram um discreto apoio, de modo que não fossem comprometidos caso Portugal retomasse o controle do Brasil.
      Os militares portugueses no Brasil foram contrários à independência e participaram de combates para a retomada do controle português, sendo derrotados. A maioria dos oficiais de alta e média patente retornou para Portugal após derrotados pelas forças brasileiras. Os militares de baixo grau hierárquico permaneceram no Brasil e juraram lealdade à D. Pedro I (que afinal de contas, também era um português).

      Para o grosso da população – pobre e analfabeta – que trabalhava para sobrevivência, a independência não fez diferença. Não houve manifestações favoráveis ou contrárias pela maioria.
      Um português continuava a ser a maior autoridade do Brasil e não houveram leis ou mudanças institucionais logo após a independência que fizessem nenhuma grande reforma ou mudanças no cotidiano.
      A aceitação da independência brasileira ganhou apoio com o passar dos anos. Ao longo do tumultuado governo de D. Pedro I, baseando-se em muita propaganda, de que a “liberdade” traria a possibilidade da melhoria de vida (apesar de, na prática, tudo continuar igual a antes da independência). Se D. Pedro I manteve o território brasileiro unido pelo peso da espada, D. Pedro II manteve a população unida pela leveza da justeza e tranquilidade de seu longo governo, consolidando a noção de nação entre os brasileiros.

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  7. 1889 A DATA EM QUE O BRASIL DEVERIA COMEMORAR A SUA INDEPENDÊNCIA.IMPLANTAÇÃO DA REPUBLICA

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  8. GRITO DE INDEPENDÊNCIA?!?

    Nildo Lage


    Retiniu um brado
    Que alguns afiançam ter retumbado às margens plácidas do Ipiranga.
    “- INDEPENDÊNCIA ou MORTE!”
    Cento e noventa cinco anos depois,
    Nem independentes, nem mortos, nem livres,
    Tão-somente, humilhados por uma política sórdida,
    Abatidos pelas milícias que sobrepõem a polícia,
    Cidadãos reféns de traficantes, prisioneiros da violência...
    Exilados na própria Pátria reinada pela corrupção
    Corrupção que asfixia a saúde,
    Enfraquece a educação, dilata a injustiça social.
    Independência?!?
    Na memória, na cultura ao desfile
    Irrustida nos cortejos marciais, nos discursos calorosos…
    Morte?!?
    De sonhos, de direitos, de deveres
    Da liberdade… Da honestidade que se flui
    Pelo esgoto da corrupção.
    Brasileiro?!?
    Ilustre cidadão TECLA VERDE
    Que se torna astro,
    Brilha até o momento “CONFIRMA”
    Após o toar da urna eletrônica,
    Um novo duelo se inicia para a sobrevivência
    O silêncio impera no Planalto,
    O motim ganha consistência no Senado Federal,
    Atos infames avivam na Câmara dos Deputados
    Aos ouvidos do cidadão TECLA VERDE,
    Soam baladas que falam de mensalões,
    Das arritmias da Petrobrás, BNDES...
    Caixa Econômica... Caixa dois... Caixas de dinheiro... Malas recheadas.
    Manobras do governo para não perder o poder...
    Para suavizar a sujeira, um potente “Lava Jato”
    Maquia a vergonha de um povo que:
    “Já podeis da Pátria filhos
    Ver contente a mãe gentil
    Já raiou a liberdade
    No horizonte do Brasil”
    A canção da Independência
    É nada além de um sucesso do passado
    Cantado numa única voz por brasileirinhos da Pátria Educadora
    Que se empolgam embalados pelo patriotismo
    Pois hoje, atrás de portas cerradas
    Não há mais velas acesas
    Somente acordos, conchavos… delações...
    Falcatruas bilionárias… Votos secretos…
    ... Envolvidos sendo absolvidos, absolvidos sendo surpreendidos...
    Entre um escândalo e outro…
    Mistérios são revelados
    Abusos veem à tona
    Mas há um novo grito
    Que não pode ser contido:
    - JUSTIÇA JÁ!!!

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  9. A chamada Guerra da Independência estendeu-se no Brasil de 1882 a 1824. Parece haver uma inversão nas datas.

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    1. Não foi inversão, foi erro na digitação!
      A primeira data era 1822 e ficou 1882.
      Já corrigi.
      Grato pelo aviso!

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  10. Muito bom o seu trabalho! bastante útil e completo.

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