sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Capela Sistina

A história da Capela Sistina

Imagem: julianobaeta.no.comunidades.net

A Capela Sistina está situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli.

A capela tem o seu nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480. Durante este período, uma equipe de grandes pintores, que incluiu Pietro Perugino, Sandro Botticelli e Domenico Ghirlandaio, criaram uma série de painéis de afrescos que retratam a vida de Moisés e de Cristo, juntamente com retratos papais e da ancestralidade de Jesus. Estas pinturas foram concluídas em 1482, e em 15 de agosto de 1483, Sisto IV consagrou a primeira missa em honra a Nossa Senhora da Assunção.

Desde sua consagração, a capela serviu como um lugar tanto para religiosos, como funcionários para atividades papais. Hoje é o local onde se realiza o conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido. Em ocasiões em que são feitas reuniões, os afrescos da parte inferior de suas paredes são protegidos por cortinas, para evitar danos às pinturas.

Inicialmente destinada ao culto particular dos papas, a capela teve seu projeto realizado por Baccio Pontelli. A abóbada era decorada por um teto azul com estrelas douradas até a intervenção de Michelangelo, entre 1508 e 1512, ficando desde então repleta de cenas pintadas apenas pelo artista.

A pintura no teto da Capela Sistina é considerada a obra mais perfeita e detalhada criada por Michelangelo. O artista utilizou a técnica de pintura afresco, concebendo as figuras retratadas como esculturas. A princípio ele iria pintar os doze apóstolos, mas mudou o tema para cenas relacionadas com as histórias do antigo testamento da Bíblia do livro do Gênesis.

A pintura no teto da Capela Sistina foi realizada em meio ao conflituoso relacionamento de Michelangelo com o papa Júlio II, ambos de temperamento forte.
Michelangelo estava criando as esculturas para o túmulo do papa quando este deu a ele em 1508 a tarefa de pintar o teto da Capela Sistina. O artista inicialmente recusou o trabalho, alegando ser um escultor e não pintor. Desconfiava que o papa insistia que ele pintasse a capela motivado pelas provocações do arquiteto do papa - Bramante, que teria a intenção de prejudicar sua reputação e carreira diante de resultados questionáveis. Para não ser afrontado por Bramante, aceitou o trabalho, mas deixou claro seu descontentamento no recibo do primeiro pagamento para realização da pintura, em maio de 1508, escrevendo que ele, um escultor, recebera quinhentos ducados para pintar a capela.

Michelangelo dispensou os auxiliares contratados por Bramante e trabalhou sozinho. Ele mandou também tirar os andaimes que o arquiteto da papa havia montado e colocou tapumes que escondiam todo o trabalho que estava desenvolvendo para que olhos invejosos não o atrapalhassem e ninguém, nem o papa, pudessem ver o que fazia.
A saúde do artista ficou debilitada por conta do excesso de trabalho para realizar a pintura do teto da Capela Sistina. Permanecia horas deitado nos tapumes, com a cabeça encurvada para trás, olhando para o teto, o corpo retorcido para se desviar dos pingos de tinta nos olhos. Trabalhou tanto nesta posição que tempos depois ainda inclinava a cabeça para trás para ler algo que lhe dessem e só conseguia enxergar assim. Às vezes trabalhava tarde da noite na cansativa tarefa. O clima de Roma retardava mais ainda os trabalhos porque provocava manchas nas pinturas e Michelangelo tinha que corrigi-las constantemente.

O papa Júlio II, entre desconfiado e ansioso com relação ao trabalho de Michelangelo, interrogava-o frequentemente para saber quando ficaria pronto, ao que o artista respondia “Quando eu acabar!”, enfurecendo o papa. Em algumas ocasiões Michelangelo desistiu de terminar o serviço, tentando devolver o dinheiro até então recebido e desculpando-se a Júlio II, que sempre recusou a desistência, pressionando Michelangelo a correr com o trabalho e finalizá-lo. Numa das diversas discussões do artista com o papa, Júlio II lhe bateu fortemente com o cajado nas costas na presença de outros cardeais e disse a Michelangelo se este não terminasse logo as pinturas seria jogado dos andaimes.

Na fase final da obra, ao mostrar o resultado preliminar ao papa, acompanhado de seus assistentes, muitos no Vaticano afirmaram que as figuras nuas eram vergonhosas e até mesmo eréticas, solicitando mudanças. Michelangelo afirma ter pintado o homem em sua glória, nu como veio ao mundo, com sua pureza original, e que não mudaria sua obra, preferindo destruí-la. Apoiado pelo papa, Michelangelo mantém suas pinturas sem interferências e aos 37 anos termina a pintura do teto da Capela Sistina, após pouco mais de quatro anos de trabalho solitário.

Há teorias de que Michelangelo, para demonstrar seu descontentamento com as pressões que sofreu da Igreja, teria colocado partes da anatomia humana escondidas entre suas pinturas, misturando o profano ao divino. Para chegar à capela é necessário passar antes pelos Museus do Vaticano. O trajeto é longo, mas vale a pena percorrê-lo apreciando as obras.

Imagem: saojudasbh.com.br

Fontes:

Wikipédia
Capela Sistina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capela_Sistina

Wikipédia
Teto da Capela Sistina

Wikipédia
Restauração dos afrescos da Capela Sistina

Michelangelo Club
A Capela Sistina

Mundo Estranho
Como Michelangelo pintou o teto da Capela Sistina?

Último Segundo
Cientista revelam segredos de Muchelangelo na Capela Sistina
http://ultimosegundo.ig.com.br/cientistas-revelam-segredos-na-capela-sistina  

Imagem: karen.fashionbubbles.com

Para fazer uma visita virtual à Capela Sistina, acesse o link abaixo e espere carregar a memória (não é necessário instalar nenhum programa).
Após carregar, aperte o botão esquerdo do mouse nas partes de cima, baixo e lados na tela, mudando a direção da imagem. É possível também aproximar para ver detalhes usando a roda no mouse ou os comando à esquerda e abaixo na tela e depois afastar-se novamente.
http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html

4 comentários:

  1. Muito bom,Sylvio: considero a Capela Sistina um dos maiores tesouros da Humanidade e uma manifestação artística ímpar. Sabe aquela história de mil e tantas coisas a fazer antes de morrer? Acho que a capela é uma das dez coisas obrigatórias a fazer em vida.

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    1. É o humano tentando retratar o divino, entre inspirações e institucionalizações...

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  2. Research shows that milk drinkers are no far more likely to die of a heart ailment than non milk drinkers.
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  3. Ótima pesquisa e informações cuidadosas. Belo trabalho

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